segunda-feira, maio 19, 2008

ai ai... reflexoes divididas com amigos...

resposta a um e-mail q despertou angustia... melhor botar pra fora entao neh.. e como qq desabafo q se prese, eh tdo vomitado... sem pontos, soh virgulas. se tiver afim de ler tdo, massa, se for soh metade, um quarto, massa tbm... whathever! I feel better!

nem ia responder... mas sei lah, muitas coisas sobre minha vida AGORA e minhas expectativas foram tocadas por suas palavras...
eu ainda vivo no mundo acadêmico como vc bem sabe, ainda sonho em ser uma psicóloga que vai ter espaço pra fazer, pra contestar, pensar, criticar e sobretudo, construir... mas ao mesmo tempo em que alimento todos essas possibilidades vejo ao meu redor práticas institucionalizadas, profissionais que também tiveram a mesma formação crítica e reflexiva que eu e que estão sofrendo por aí com realidades bem diferentes das discussões teóricas ou das pesquisas práticas que nos tomam duas horas por semana...
O medo que me aterroriza agora é esse de acabar engolida por um sistema institucional severo e fechado, sem conseguir o mínimo de mobilidade pra fazer aquilo que acredito, aquilo que me aparece como dever moral e ético enquanto profissional, ou pior do que isso, o medo de ser paralizada por jogos e artimanhas de poder e nem me dar conta... de achar normal e corriqueiro tudo aquilo que hj me enoja, simplesmente, pq é assim que as coisas acontecem...
então, no meio das minhas crises contraditórias e vontades de desaparecer, de fazer uma coisa que dê dinehiro, que não exija que eu me doe, que não ME exija posições, colocações e posturas tão éticas, que não me requeira momentos intermináveis pensando no humano e no que vai além desse humano, no outro, no que o outro causa em mim e no que eu causo no outro, enfim.. no meio de tudo isso, como ia dizendo, me surge alguém dizendo "dá um tempo, faz outra coisa, tire férias, evite trabalhar nesse ou naquele lugar pq lá as pessoas pensam assim e assado, lá é rígido e difícil, recuse o emprego, faça o que gosta ou só vá pra lugares onde se sinta compreendida..."
E aí me pergunto, é isso que eu como profissional devo fazer?? deixar pra lá os lugares que não funcionam como eu esperava?? e como será a psicologia lá? é imutável, estagnada, com verdades e sem vontades? Vou fazer o q? eu não tenho, pois, pela minha ação o poder de influenciar em tudo isso que é construído a cada dia? num sei... eu naum sei mais... eu acredito, mas vejo o q vc diz e me preocupo, mesmo me desespero... Lembro das minhas necessidades, eu não posso me dar férias, eu ainda preciso de grana, de sustento, faço o que com isso tudo?? peço demissão qndo tudo encher mto o saco?? No meu, no nosso "maravilhoso mundo das sociais" num é tão fácil descolar uma grana... eu não tenho nome, não sou conhecida, não passei num concurso público, não ganhei na loteria, não tenho tantas escolhas... e definitivamente, tenho me tornado pessimista... talvez como modo de me esconder atrás do meu medo de ser uma profissional frustrada e incompetente frente a tanta coisa que não sei enfrentar, q não aprendi nas salinhas sem janela da unb, que não vi pelos corredores e palestras na hora do almoço, que não encontrei nas pesquisas e estágios passageiros...
Eu ainda tô procurando uma fonte de sustentação pra me achar nesse meio e conseguir me sentir segura, confiante, capaz, ou melhor, capacitada... eu ainda me assusto, eu ainda fantasio, eu ainda acho que pode dar certo, angustiada, eu grito que pode funcionar, que a gnte pode tentar, que a gnte pode fazer.... eu ainda tenho medo e acho que sempre vou ter, de uma coisa ou de outra, acho que isso sempre vai me acompanhar, ao menos pra me fazer insistir na tentativa de fazer melhor, de me aprimorar... eu acredito que não perdi de todo meu tempo, que sei por onde começar ainda que vá dar muitas cabeçadas...
eu não sei... eu não sei enfim, o que te dizer nesse dia (dia do assistente social)... Se "parabéns", se "vá em frente, luteeee!", se "reflita", se "que droga, tbm acho q desandamos" ou se tdo isso junto... não sei se vou me sentir assim daqui a cinco, dez, quinze ou vinte anos ou se vou rir de tudo isso, olhar pra trás me achando ingênua e insegura... sei lah...
sei que lendo seu e-mail senti necessidade de responder e mostrar que vc num tava sozinho... foi um desabafo tbm pra esse momento que tah me sufocando... pra matar a saudade de vc... enfim, de dizer que eu tô aqui e que nesse caminho que vc descreve estamos juntos, eu tô nessa luta tbm e qndo precisar eh só gritar! e eu... eu vou gritar sempre q minha voz deixar...