sexta-feira, abril 28, 2006

Ser

Todo mundo sabe ser consistente
Todo mundo sabe ser coerente
Todo mundo sabe parecer consciente
Se preciso for

Todo mundo tem um amigo presente
E mais um grupo meio ausente
Que ainda assim é confiável
E ajuda a aliviar a dor

Todo mundo tem um lado carente
Todo mundo sente dor de dente
Todo mundo de vez em quando sente frio em dia quente
E às vezes vive um dia sem cor

Todo mundo tem um sonho indecente
Uma paixão mais quente
E um amor inexistente
Ainda assim, amor

Todo mundo retrata o aparente
Todo mundo esconde o que sente
Todo mundo repete o que ouve
São as regras do jogo

Todo mundo finge entender
Todo mundo no fundo quer é saber
O que não tem coragem de perguntar
O que não tem peito pra gritar

Todo mundo é plural
Todo mundo é meio igual
Embora em cada “mundo” haja um novo “um”
Todo único, meio diferente.

Aline Rose
21/04/06, sexta feira, 23:17